Fome atingiu 19 milhões de pessoas no Brasil no fim de 2020, aponta pesquisa
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Dado faz parte de amostragem divulgada nesta segunda (5) pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) A fome atingiu 19 milhões de pessoas no Brasil no fim de 2020. Ao todo, 116,8 milhões – mais da metade da população brasileira (55,2%) – enfrentaram algum grau de insegurança alimentar. Desses, 43,4 milhões não tinham alimentos em quantidade suficiente. Os dados são da pesquisa Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgada nesta segunda-feira (5) pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), com apoio do Instituto Ibirapitanga e parceria de ActionAid Brasil, FES Brasil e Oxfam Brasil.
A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 24 de dezembro de 2020, com moradores de 1.662 domicílios urbanos e 518 domicílios rurais das cinco regiões brasileiras, e considerava o período de três meses anteriores à entrevista. Naquele momento, o valor do auxílio emergencial já tinha sido reduzido pela metade (de R$ 600 mensais para R$ 300 mensais).
Isso significa, portanto, que os resultados ainda não captam o período dos três primeiros meses de 2021, quando houve apenas o pagamento residual das últimas parcelas de 2020 do auxílio emergencial — a nova rodada do benefício só começa a ser paga nesta terça-feira (6), com valores menores (R$ 150, R$ 250 e R$ 375, dependendo da família).
Os dados mostram que a fome é mais frequente com renda familiar per capita menor e não aparece nos domicílios com renda familiar mensal acima de um salário mínimo por pessoa. A pesquisa mostra ainda impacto de gênero e raça na frequência de insegurança familiar: os percentuais são maiores nos lares chefiados por mulheres e pessoas pretas ou pardas.
“Com a diminuição do auxílio emergencial e a falta de clareza sobre quem irá, de fato, recebê-lo, o país deve persistir num grave quadro de insegurança alimentar. A forma com que os governos vêm lidando com as crises econômica e política dos últimos anos, sobreposta à pandemia da covid-19, gerou impactos negativos profundos no direito humano à alimentação adequada e saudável do povo brasileiro”, alerta a médica epidemiologista Ana Maria Segall, pesquisadora da Rede Penssan.
Na avaliação de Francisco Menezes, analista de Políticas e Programas da ActionAid, a situação da fome piorou ainda mais no início de 2021. “É urgente conter essa escalada. Não se pode naturalizar essa questão como uma fatalidade sobre a qual não se pode intervir”, destaca ele.”
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