Por que Bill Gates declarou guerra aos mosquitos
Bill Gates declarou guerra aos mosquitos — mas é tudo por um bom motivo. Em um post recente no próprio blog, o bilionário ressaltou a importância de combater o inseto na África Sub-Saariana como forma de minimizar os impactos da malária na região. De acordo com Gates,um passo importante foi tomado nessa direção. Citando dados da Organização Mundial da Saúde, ele afirma que o número de vítimas da doença poderia dobrar em meio à pandemia, o que representaria um regresso de vinte anos no combate à doença na região.
Um ano depois do início da pandemia, o mesmo relatório afirma que esse resultado catastrófico conseguiu ser evitado. Lideranças na região conseguiram fazer com que a população praticasse o distanciamento social — para evitar a covid-19 — e também trabalhadores entregaram mosquiteiros tratados com inseticidas de longa duração nas residências, além de tratamento preventivo para mulheres grávidas e crianças. Uma das maiores campanhas nesse sentido foi feita na Nigéria, que ainda tem 60 milhões de casos de malária a cada ano.
O relatório é resultado de uma iniciativa chamada E-2020, que tinha foco em dar suporte a 21 países para que zerassem a quantidade de casos da doença até 2020. Em geral, todos os países tiveram um desempenho satisfatório.
Mesmo com o progresso gerado durante a pandemia, Gates afirma em seu blog que a missão está longe de acabar, já que a malária ainda mata mais de 400 mil pessoas a cada ano. “Bloqueios de pandemia e restrições de movimento têm dificultado algumas atividades críticas da malária, incluindo o acesso aos esforços de diagnóstico e tratamento na África”, afirma o bilionário, no post feito no GatesNotes.
“Os investimentos em programas de malária ajudam a construir sistemas de saúde mais fortes que não apenas salvarão vidas e acabarão com a malária, mas também nos protegerão da próxima pandemia. E isso cria um mundo mais saudável e seguro para todos”, afirma Gates.
O bilionário é apoiador da causa por meio da Fundação Bill e Melinda Gates, por meio da qual realiza doações periodicamente. Em relação à Malária, Gates já apoiou financeiramente a empresa britânica de biotecnologia Oxitec, que investe no sequenciamento do vírus para identificar mutações e formas melhores de combate à doença.
Rumo a esse novo mundo mais saudável e seguro, uma pesquisa conduzida na London School of Hygiene & Tropical Medicine (Inglaterra) conseguiu fazer o sequenciamento genético de mais de 500 amostras do protozoário causador da doença em 25 regiões.
As informações, divulgadas pela Agência Fapesp, mostram que, a partir das conclusões, é possível saber que os sequenciados no sul da Ásia são diferentes de outras partes do mundo, apenas compartilhando algumas características com genomas de parasitas da África Oriental e do Sudeste Asiático. Além disso, também foram observados sinais de seleção positiva associados à resistência a drogas.
A expectativa é a de que, agora, estudos como esse possam tornar o combate à doença cada vez mais eficiente.